Alívio

Com um balde na mão, Lívia deu a volta no quintal. Passou perto dos coqueiros, embora tão determinada no que pretendia fazer, pensou minutos em deitar ali e dormir. Mas dormir não funcionava mais, afinal nem nos sonhos ele a deixava em paz.
Com os pés no chão firmes continuou andando até avistar a sua antiga prateleira de tintas - cuja um dia ela usou para pintar diversos quadros para amigos, família, e até mesmo para seu ex-marido. Encheu o balde em que carregava de tinta, tinta branca.
Atravessou novamente o quintal observando tudo aquilo que viu minutos antes, mas agora com o balde cheio e pesado. O que a atrasou um pouco, era difícil; ela tão frágil, carregando um balde de tinta pesado, mas mesmo assim era inevitável seu sorriso no rosto. Com as duas mãos firmes continuou, não desistiu. Estava determinada, iria até o fim.
Era uma batalha, talvez. Ela necessitava continuar firme e forte, vencer o medo, a solidão, a angústia.
- É agora, se não for agora jamais será; disse a si mesma convincente.
Entrou na casa pelos fundos - velha mania de não apagar os rastros dele deixados desde sua partida.
Velha ferida ainda aberta. Um amor se foi, saudade deixou.
- Cansei de manter tudo a seu jeito, Andrew - disse ela ainda sorrindo, embora lágrimas ousassem em surgir.
Caminhou até o quarto lentamente aonde encostou o balde ao chão e descansou o corpo.
Tombou ao chão ao lado do balde, e ficou ali a observar o quarto cor de sangue. A cor favorita de seu ex-marido, a idéia de pintar o quarto do casal de vermelho foi dele, e isso a pertubava sempre; lembrar que a cada noite mal dormida olhando o teto cor carmim lembrava ainda mais ele.
"- Amor, que cor será nosso quarto? - disse ela meses antes de finalizarem a reforma da casa nova semi-comprada.
- Gosto de carmim, - respondeu ele - me lembra você, tão branquinha com bochechas rosadas, e nosso amor, que será sempre vivo. Cor carmim, o que acha?"
Bobagem... Amor sempre vivo?!
- Sangue, coração ferido, isso o que me lembra, Andrew... Meu coração sangra agora, cadê você?
Chorou, não conseguiu evitar.
Mas arrumou forças para se levantar, passar a mão no rosto limpando todas as lágrimas. Alcançou o pincel e começou a pintar.
Cada pincelada, uma dor, e ao mesmo tempo um alivio.
- Vá feridas, vá. Vão embora. Vão e me deixem em paz.
E depois de muita luta, terminou.
Quando olhou o quarto, já não mais cor carmim, agora branco, sentiu uma enorme paz, sentiu como se vencesse.
- Minha vitória contra ti amor. - Sorriu ela maleficamente - Lá se vai você, Andrew, com suas malditas lembranças, com seu amor repugnante. Vá em paz, querido. Você já não mora mais aqui.
E delicadamente pousou as mãos em seu peito, sorrindo.
Era o alívio.

Inspiração: Missing - Evanescence

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Como vai as férias de vocês? Acho que eu não parei pra perguntar isso.
As minhas estão sendo ótimas. Estou contentíssima!
Obrigada pelo apoio de vocês.
Adoooooooooooooro vocês.
Só vocês são loucos o suficiente para ler as minhas bobagens sentimentais.
Sabe, bem que me disseram, eu leio os antigos textos, mais depres, uns até que escrevi chorando, e sorrio. Venci. Venci o desamor. Pois que venha o amor!
Estou pronta pra cair novamente.
Porque a vida é assim, a gente leva um tombo e levanta pra cair novamente.

Meu Beijo.

Fiquem com Deus.

P.S.: Comentários serão respondidos quando eu voltar do curso, rs. Ando meio ocupada agora. Nem está dando pra ler o blog de vocês direito, mas vou arrumar tempo. Prometo.