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Ora, quem sou? Como se eu vivesse ao seu lado e você nunca soubesse quem sou eu, aliás o que faria sentido já que você sempre faz com que eu me sinta um ninguém.

Mas eu sou alguém, alguém como você, eu sinto dor, remorso, amor, saudade, tristeza, e todas as coisas que você também sente, menos uma talvez, um amor imenso por você.

Mas isso não vem ao caso, tanto faz se tu me amas agora ou não. A verdade, nua, crua e irrelevante ao meu coração, é que você não ama, então pra que enfatizar isto? Deixe pois que meu coração se machuque, se iluda, que sofra. É somente isso que você sabe fazer. Sofrer, me fazer chorar, me iludir, aproveitar-se de mim, e me faz também uma das coisas mais covardes: te amar.

Te amo querido, te amo. Te amo tantas mil me odeio. Odeio teu sorriso, pois ele me alucina. Odeio tua risada acústica, pois ela me hipnotiza. Odeio teu cheiro, pois ele é o meu vício. Oras, se eu pudesse fazer de teu perfume uma linha de cosméticos, compraria todos para mim, o borrifaria a todos os cantos, em todos meus amados, amantes, somente para fingir, fingir, que eras tu ali ao meu lado, me dando amor, carinho, companhia; coisa que tu nunca me fizeste. Apenas me iludiu, me seduziu, me fez te amar, e me deixou a tantas mil sozinha, na solidão chorando implorando por mais um segundo ao lado de ti, sentindo tua pele na minha, o roçar de teus cabelos em meu pescoço, a mão gelada apertando minha nuca, me contorcendo de frio - um frio na barriga, talvez agonia, felicidade, ou medo. Medo de sofrer mais tarde, quando teu lado da cama estivesse vazio, não houvesse mais você.

Tu se vai, amado, sempre vai. E finjo que tu foi apenas um jogo de prazer, mas não foste; queria eu que fosse. Pra apenas brincar de amar, igual você faz à mim. E acordar no outro dia me sentindo completa, satisfeita, e não como se houvessem roubado um pedaço de mim, como se tirassem tudo. Mas a verdade, é que nunca poderiam fazer isso, já que você nunca foi nada meu.