terça-feira, 2 de novembro de 2010

Brindando ao amor (Conto)

Um barzinho de esquina, três velhas amigas, uma garrafa alcoólica a mesa.
- Betty casou, não é mesmo?
- Sortuda!
- ... Aquele maldito Irlandês...
- Qual é, Jannie? Ele a faz feliz!
- Conheço ela, não é de estranhar... Qualquer cara de 1 metro e 85 a faria feliz.
- 1 metro e 85 é bom...
- Cala a boca, Sunny! O que você sabe sobre homens?
- ... Começou...
- ... você casou com o Ben, teve a Elisa, e agora se separaram. Ele preferiu a secretária, não é mesmo? E você? Encalhada, bééé! - e riu sacudindo a taça que na mão trazia - Fale pra mim, Sunny, dois caras que você levou pra cama depois do Ben.
- Vá a merda, Jannie. Viemos aqui pra curtir. Deixe a Sunny em paz.
- Deixa ela, Loraine. Ela acha que eu sentiria orgulho em ser como ela...
- Ser como eu como? Uma vadia?! Vá diga logo, santinha! Diga o que pensa de mim. Pelo menos não sou como você que chora todas as noites pelo mesmo canalha...
- Já chega.
- Quer saber, Sunny? Se eu fosse você não ficaria aqui idealizando um cara de 1 metro e 85... se você quer um cara assim, por que não está na cama com ele?
- Sexo, sexo. Só disso que você sabe falar!
- Quer falar de quê? AMOR?!
Jannie estava mais bêbada do que poderia admitir.
- Você tanto acreditou em amor que foi trocada pelo SEU amor! - e riu sozinha se acabando - Bobagem, Sunny. Eles não acreditam em amor. Quer ver?
Ela levantou-se tentando agarrar um rapaz que passava ali perto; mas antes que finalizasse seu plano - seja qual fosse - Loraine agarrou-a pela mão e a fez sentar novamente.
- Você nunca aprende, né? Não sabe beber... Sempre a mesma coisa.
- Quer saber? - falou ela meia grogue - Se vocês querem amor, vamos fazer um brinde à Ele!
- Ao amor?!
- O último! Depois dessa rodada iremos embora.
Disse Loraine preocupada.
- Que se dane. Vamos brindar!!
Todas levantaram suas taças.
- AO MALDITO AMOR QUE EU AINDA NÃO CONHECI!
- AO AMOR!
- AMOR!
Tim-tim.
- Confesso que se ele tiver mais de 1 metro de 85 e for bom de cama, eu até faço questão de que ele não demore...
- Você vai gostar de conhecê-Lo, aposto.
- Você precisa parar de transar e amar alguém, francamente Jannie.
- E você precisa parar de ser meiga, Sunny... Cê sabe que eu te amo. VOCÊS! EU AMO VOCÊS!
E levantou da mesa com a taça na mão berrando:
- EU AMO VOCÊS!
- Isso suou lésbico...
- Anda, vamos embora, você já bebeu demais e todos estão agora olhando pra nós.
- Ah, vão se ferrar! Foi tão ruim a primeira declaração da minha vida? Poxa! Eu amo vocês... Verdade! Vocês são tudo o que eu tenho...
- Tá já chega. Vamos embora.

E as três saíram juntas do Bar.
Jannie sendo praticamente arrastada por Loraine. Sunny, do outro lado da rua, já desligara o alarme do carro.
- Suas insensíveis... - choramingou Jannie.
- Cala a boca e entra.
OPS, alguém esqueceu de avisar que em São Paulo, garotas não devem dirigir alcoolizadas.


Andei vendo muito filme americano.

3 comentários:

  1. Seus contos sempre arrasando.
    beijos
    Obrigada por me add :D

    ResponderExcluir
  2. Um brinde ao amor, que eu conheci. rs É difícil de achar quando procuramos. Quando menos esperamos, eles nos aparecem com flores e chocolates. (o meu nem foi assim, mas vale a pena sonhar. haha)

    Beijos, flor.

    ResponderExcluir
  3. Tem certeza de que eram amigas?
    Eu ri bastante aí pelo meio! hahahaha

    obrigada pela visita, viu?
    beijo.

    ResponderExcluir

Faça um comentário, se houver um. Caso ao contrário, se apenas gostou do texto, ou o leu e não há nada a declarar, clique nas opções acima (Eu li/E gostei).
Saiba que não precisa obter conta no Google para comentar, você pode deixar seu comentário como anônimo. Preferindo se identificar, deixe seu e-mail ou algo assim. Os comentários de postagens recentes passam primeiro pela minha aprovação, não o postarei de você quiser deixá-lo oculto.

Pratique a leitura.

Translate