sábado, 11 de dezembro de 2010

Plano

46ª Edição Visual - Bloínquês

- Jane,Jane. Espere.
- Oh, ah, Derick! Dê parabéns ao seu pai, diga a ele que desejo felicidades. Tenho de ir embora.
- Para aonde vai? A festa mal começou... Eu não sabia que você viria.
- Tenho que resolver umas coisas.
A garota fitou o chão aflita, Derick não pôde imaginar o que acontecia.
- Seja lá o que for... Espero que dê tudo certo.
- Obrigada.

Lá fora ventava muito. A lareira da imensa sala de visitas dos Owlins requentava o ambiente, mas não só a lareira o fazia, a própria sala já previa que uma velha chama se reacenderia ali mesmo.
- Quer uma carona? Posso levá-la, se quiser.
- Não, Derick. Obrigada - respondeu a garota mirando a paisagem pela janela - Chamei um táxi a pouco, ele deve estar por vir. Obrigada por sua hospitalidade.
E então sorriu forçadamente.
- Sabe que o que precisar...
- Está bem, Derick. Está tudo bem. Acho que você deveria estar ao lado de seu pai agora.
- Tens razão. Hoje é o dia dele.
- Não esqueça de dar meus parabéns a ele e agradecer pelo convite da festa. Tenho mesmo de ir embora.
- Sabe que é sempre bem-vinda. Tenho de ir, recepcionarei a banda do Erik, eles virão tocar na festa.
- Erik...? Está aqui?
- Já deve ter chego, suponho... Tudo bem mesmo com você?
- Ótimo.

Jane pousou suas mãos na janela, e começou a fitar a neve que começava a deslizar pelos telhados. Aflita.
E então a porta fechou-se. Derick já devia ter ido, mas então quem estaria agora tocando seu ombro?
Suspiro seguido de susto.
- Erik?!
- Quem mais esperava que fosse? Já bebeu alguma coisa? A festa está tão animada. Eu andei vendo que pessoas que estudaram conosco estão lá embaixo. Saudades dos velhos tempos, não?
Ele retirou do rosto da garota uma mecha atrevida que lhe caia pelos olhos.
- Cidade pequena... O Oliver também está lá, lembrasse dele? Tadinho. Me dói o coração me lembrar de como você o dispensou sem dó quando eu sugeri que o fizesse. Saudades suas... dos velhos tempos.
Sua voz irônica, um tom sarcástico, o olhar gélido, os lábios agora semicerrados.
A garota nada disse.
- E o plano? Correndo como se deve... Espero.
- Plano?! Não temos mais um plano, Erik - por fim respondeu.
- Como não? E cadê a Jane maldosa que eu conheço? Pensei que daria um beijinho no Derick assim que ele saiu. Por que tão grossa com ele? Logo que lhe vi parada exatamente aqui, eu sabia que você havia mudado. Faz tanto tempo que não nos vemos, confesso. Mas temos um plano, Jan, e você se lembra muito bem dele. E espero que esteja adiantando sua parte, Jan. Vamos ficar ricos... ricos!!
- Você vai, eu não.
- Não comece com isso agora, Jan... Metade pra cada um.
- Não me chame de Jan. Você não é mais nada meu. E eu não quero nada. Nada.
Erik parou, largando lentamente a mão de Jane, a qual havia agarrado ao meio da conversa. Deu a volta pela sala, e parou exatamente ao lado do sofá.
- Que história é essa?
- Eu que pergunto. Tínhamos sim, Erik, um plano. Mas isso já faz muito tempo. Eu era apaixonada por você. Se você me pedisse para lamber o chão, eu lamberia sem ao menos pensar. Mas isso mudou. Mudou. E eu não faço mais parte desse seu plano ridículo de tomar a fortuna dos Owlins. Ele é seu melhor amigo, Erik! Fez até menção de citá-lo ao pai para sua banda tocar no aniversário dele. Ele faz de tudo por você, e você é tão egoísta... Falso! Você é a pior pessoa que eu já conheci.
- E você não é uma lá das melhores, Jane. Sabe porque nos dávamos bem na época da escola?
E então a passos lentos, fora se aproximando da garota ainda parada a janela.
- Porque somos exatamente iguais. Somos dois cachorros... - e riu - Você não tem onde cair morta. E este vestido que usa? Para quem teve de se entregar para pagá-lo? Ou será emprestado? Ou o Derick deu a você?
- Cale-se! Não ouse falar de mim.
- E você vai fazer o que, vadiazinha de merda? Vai gritar pro Derick vir salvá-la? É isso que você faz a todo momento... Derick, me ajuda. Derick, faça isso. Você fala de mim, mas o usa bem mais que eu. O ótario morre de amores por ti desde o ginásio, e você é uma pilantra vadia que se aproveita dessa estupidez toda.
Enquanto caminhava pela sala em direção a janela, Derick agarrou a baqueta de sua bateria que trazia num dos bolsos do paletó, acercou a garota na parede, apontando a baqueta a altura do rosto e por fim conjurou:
- Só vou dizer mais uma vez, Jan. Você irá casar com o Erik quando ele a pedir, e então eu darei continuidade ao plano. Mas você precisa fazer sua parte! Nem sequer sairá perdendo em nada, Jane. Pelo contrário, faça isso e eu evito de trucidá-la aqui mesmo.
- Está me ameaçando? - gruniu ela - Pois me mate, Erik. Nunca mais farei parte das suas tramóias. Já chega, eu cansei. Não vou levar comigo a culpa de ajudá-lo. É errado o que você faz. Não irei participar mais disso.
- Vadia estúpida e burra!
Erik estava em seu ponto de loucura. Preparava-se para cumprir sua palavra, quando a porta se abriu num espasmo.
- Largue isso agora, Erik.
- E quem irá fazer? - virou-se para a porta gargalhando - Ah... Você Derick? Faça-me o favor - e voltou a apontar a arma para a garota.
Mas o que é aquilo? algum convidado que passava e notou a agitação perguntou. É uma baqueta, eu acho, respondeu um outro. Ele a afiou, veja. Não é uma baqueta normal. Ele vai matá-la.



- Largue isto, Erik. Mas o que está acontecendo?
- Conte a ele, Erik, seu plano - cuspiu a garota num sorriso sarcástico - Agora todo mundo está interessado nele.
Vadia... sussurou. Vai me pagar caro por isto.
- Que plano é este do qual vocês falam? Eu posso saber?
E então o aniversariante, pai de Derick, cruzou a porta. Visando em pleno seu aniversário, nada mais, nada menos, do que seu filho e amigos, nunca briguinha aparentemente comum.
Erik estava frito. A noite acabara para todos. Os planos também.
Porque fazer planos é arriscado.





Engraçado, faltava pouco pra eu editar o texto agora. E então vi, que a data de entrega da edição já havia passado. Mas tudo bem... Já escrevi, não vale nada, mas tudo bem. Espero apenas que gostem, minha imaginação extrapolou.
Beijo a todos.
Ando escrevendo, meio só por escrever.
Desculpe a ausência no blog de vocês...

3 comentários:

  1. Seus contos são sempre bons, Gabi. Não há porque fazer planos para acabar com a felicidade de outra pessoa, ainda mais colocando o amor em risco.
    Complicado, mas nada que não resolva. rs

    Meu beijo.

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  2. Tem uma "missão" pra você lá no meu blog ^^.

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  3. gostei, e olha que não gosto de contos.

    bjoos

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