domingo, 17 de julho de 2011

Meu Sabiá

Em um lugar muito distante, houve a existência de um passarinho, cujas penas eram as mais longas que um dia já existiu, seu canto mais doce que um dia já se ouviu, e uma habilidade de voar... Passarinho assim, nunca se viu.
Mas quem isto segredou-me foi meu sabiá, que pelo mesmo passarinho se apaixonou.
- Olha só, passarinhos se apaixonam também...
Achei o fato esquisito, contei então para mamãe, que recordou-se mais tarde que Bento nunca fora livre... Danado que era, blefou sem ter vergonha. Mas que culpa teria ele, não puder abrir as asas e explorar o mundo? Vivia ali cantarolando para poucos...
Mas depois daquele dia, abri as portas de sua gaiola. Mamãe que me perdoe, ela ficou muito magoada, mas passarinhos tem asas, queria eu tê-las duas... Deveriam também dar-lhe garras, para que lutassem pela liberdade.
Todos nós somos passarinhos com direito ao mundo, ninguém merece um quarto de liberdade.
O sol não ilumina todas as varandas de Sabiá.
[Gabriela Marques]

4 comentários:

  1. Adorei o texto...
    Trás implicitos os sentimentos: amor e liberdade.
    Muito bom.]
    Beijos

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  2. Não preciso mas digo pq é necessário sempre se fazer presente além das lembranças: Este post está lindo! Vc demonstra muito tato e sensibilidade pra nos conduzir aos seus pensamentos. Líricos em sua simplicidade...

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  3. Que bonitinha a história!
    Prender passarinhos em gaiolas é uma das coisas mais maldosas que o ser humano costuma fazer... Me pergunto se não é pura inveja porque os bichinhos foram feitos por Deus pra voar.

    Liberdade é uma das coisas mais valiosas nessa vida, mas nem todo mundo se dá conta disso.

    :) Saudades daqui...

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