terça-feira, 20 de julho de 2010

Despedida XII


Parte XII

Olá doutora.
Alguém disse atrás de mim.
Eu estava sentada num banco do jardim bem longe de toda a agitação. Para minha surpresa, a festa acabou sendo na casa de alguém, ou pelo menos numa casa alugada, não pude saber ao certo. Havia uma piscina a menos de um metro de mim, na qual agora metade da faculdade se embebedava. Confesso que eu nunca fora muito fã de agitações.
A festa na qual Isabella me metera, se tornara entediante... Até eu reconhecer a voz que vinha de trás de mim.
- Caio?!, disse virando-me para olhá-lo.
Mas não foi preciso muito esforço, em questão de segundos ele já estava prostrado à minha frente. Vestia uma camiseta branca e jeans. Naquela festa, nenhuma das pessoas - muito menos as garotas - estavam tão extrafagantes quanto eu. Isabella me emprestara um vestido azul-Royal que vinha até os joelhos. Era lindo, confesso, embora não parecesse comum para tal ocasião. Metade das pessoas àquela hora usavam shorts que parecia roupa íntima de tão curtos que se apresentavam, e creio que pela a última olhadela que me atrevi a dar em direção à piscina, pude ver que nem mais suas próprias camisas usavam.
A palavra apropriada para àquela festa era: zona total.

Caio, parado à minha frente, agitava-se no compasso da música - tocava eletrônica, uma das minhas favoritas.
Nas mãos ele trazia um copo de bebida, logo adivinhei. Assim que pôde ver meus olhos fitando suas mãos, ele esticou o braço e ofereceu-me a bebida.
- Bebe?
- O que é isso?
- Sex on the Beach, disse ele entre intervalos de risinhos maliciosos.
- Pelo nome, isso deve ser bom - me referi com ironia.
- Que nada. É suco de laranja só.
- Com alguns copinhos de Whisky e sabe-se lá o que mais.
Ele nada disse.
E entre nós instalou-se um silêncio frustrante. Até que sentou-se ao meu lado.
- Você está tão linda.
- Acho que isso aí faz efeito logo. Já está falando nada com nada.
- Engraçadinha, disse ele apoiando o braço sobre o banco, bem próximo de meus ombros. - Pode até ser talvez. Confesso que é a primeira vez que tomo isso.
Ri ligeiramente sem o que dizer.
- Tem certeza que não quer expriementar?, disse ele empurrando novamente o copo pra mim.
- Não, obrigada. disse, eu ainda sorria.
- Tudo bem. Já que você não bebe, não beberei também.
E lançou a garrafa quase ainda cheia, num arbusto que havia perto de nós.
- Não precisava ter a arremessado...
Gargalhei.
- Eu só a bebi para tomar coragem de vir aqui.
- Coragem?!
- É, pode rir. Estava com vergonha de lhe chamar pra dançar. Mas acho que agora posso o fazer, já que talvez eu tenha perdido 45% de minha timidez, lucidez, escrúpulo, e não sei mais o que. Mas ainda quero dançar com você, e muito.

- E o que me diz, Doutora? Ainda estou em condições para dançar?
- Eu creio que sim, a menos que você não pise no meu pé...
- Fique tranquila, isso não irá acontecer.


(Continua)


P.s.: Não achei uma foto bacana.

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